sábado, 9 de julho de 2011

Porque o Ácido Retinóico mora no meu coração...(e como usa-lo)


O ácido retinóico é o vovô dos princípios ativos mais poderosos para a pele. Foi uma das primeiras substâncias a ser utilizada para fins estéticos e de lá pra cá ( meados de 1913) consegue se manter no olimpo dos ativos que realmente funcionam.

O ácido retinóico promove a esfoliação e estimula a produção de colágeno, substância que é responsável pela firmeza da pele, além de clarear e prevenir manchas escurecidas na pele e controlar a oleosidade, previnindo erupções de acne nas pessoas com tendência a espinhas.

Porém, tantas qualidades não aparecem sem um mínimo de sacrifício inicial do paciente. Quando começamos a usar o ácido retinóico, alguns pacientes, sobretudo aqueles que possuem uma pele sensível, podem sofrer um certo incômodo, a saber: a pele pode ficar vermelha, ressecada, descamativa e ardida. É quando o paciente retorna ao consultório afirmando que "não se deu bem com o creme".

Para diminuir esse "início de namoro conturbado com o ácido retinóico", convém que seu médico inicie esse tratamento aos poucos, suavemente. Por isso não se espante se você encontrar na sua receita as seguintes recomendações (que variam de acordo com a situação de cada paciente):
- Iniciar usando o creme duas vezes na semana por um mês, depois três vezes, depois cinco, para finalmente poder usa-lo diariamente.
- Evitar os "cantinhos sensíveis": não passar muito perto dos olhos, ao ladinho do nariz, nas comissuras labiais...
- Aplicar o creme com a pele completamente seca, afinal a umidade aumenta a penetração dos ativos (faça o contrário com o seu hidratante corporal, procure usa-lo imediatamente após o banho, para hidratar bastante).
- Pode misturar o ácido retinóico com um hidratante bem neutro (como o Effaclar M) e com o tempo ir misturando cada vez menos.
- Não usar uma quantidade demasiada de creme. Essa definitivamente é uma daquelas situações onde "menos é mais".
- Iniciar formulações com baixas concentrações e ir aumentando aos poucos.
- Usar sempre protetor solar pela manhã, após a retirada do produto. Lembre que sua pele estará mais phyna e sensível.
- Alternar o ácido retinóico com outros cremes menos sensibilizantes.
- De acordo com o estilo de vida de cada um, pode-se "dar férias" ao ácido retinóico durante o verão. Nessa hora, podemos apelar para um ácido glicólico por exemplo, ou usar um derivado do ácido retinóico menos fotossensível como o adapaleno, o retinol, o retinaldeído...
- O uso prolongado (anos) do ácido retinóico pode promover, em pessoas susceptíveis, o aparecimento de teleangiectasias. Para evitar que surjam, cabe a seu médico substituir o ácido retinóico por outros ativos alguns meses por ano.
- O ácido retinóico é uma das poucas substâncias que só podem ser compradas na farmácia com a receita médica. Isso é importantíssimo porque mulheres grávidas ou amamentando não podem usar este medicamento. O ácido retinóico é teratogênico.
-Existem pessoas alérgicas ao ácido retinóico. Elas sentem coceira, queimação e um certo edema no local onde passam o creme. Se for o seu caso, consulte o seu médico.
- Não use o creme da sua amiga sem o conhecimento do seu médico. Você pode se queimar ou coisa pior. Geralmente acontece coisa pior.
- Existem substâncias incompatíveis com o ácido retinóico. Converse com seu médico antes de acrescentar qualquer outro creme à sua rotina de pele.

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